Para efeitos de comparação, assim que se dá a partida em Forza Horizon, a impressão inevitável é que a franquia foi de encontro ao que de melhor há nos jogos clássicos de Need for Speed. Para quem leve alguns anos mais nas costas, a referência a títulos clássicos como Top Gear e Out Run também é bastante natural.
Bem, mas e as promessas de que Forza Horizon manteria a tradição de “jogo de simulação” da marca? Bem, mesmo correndo o risco de despertar o furor de puristas, é preciso dizer: esqueça isso.
Embora a demonstração jogável recentemente liberada ao grande público ainda não permita perceber como, exatamente, a desenvolvedora Playground Games pretende que cada carro do game traga uma experiência exclusiva, fato é que tudo aqui evoca o clima divertido e descomprometido de um título arcade — um bom título arcade, sem dúvida.
Mirando o horizonte
Para quem está acostumado a circuitos fechados, é provável que Forza Horizon choque a princípio. Basicamente, não há “voltas” aqui e nem nada que lembre uma corrida mais formal. Afinal, convenhamos, trata-se de corridas ilegais, certo?
Mas, para quem possui as referências citadas anteriormente, a sensação é com certeza das melhores. Trata-se de altíssimas velocidades em rodovias repletas não apenas de adversários, mas também de carros em trânsito normal — algo que, como sempre, confere um ar de autenticidade a propostas subversivas.
A passagem de dias e noites é certamente um tempero extra aqui. Não apenas por trazer alguma variedade, mas também porque toda a iluminação é tratada de acordo — com riqueza considerável de detalhes.
Pelo asfalto ou pela terra
As mudanças de terrenos são uma das principais propagandas da Playground desde o início. Embora a demonstração não permita experimentar todos os 65 tipos prometidos pela desenvolvedora, fato é que passar do asfalto a um terreno pedregoso e/ou cheio de mato pode ser realmente divertido — acrescentando ainda um tempero extra à competição.
Na verdade, nesse ponto, jogadores com mais de duas décadas de existência podem se lembrar de outra boa referência: Top Gear Rally. O “feeling”, de fato, é muito parecido. Toda aquela ideia de se enviar matagal adentro com um carro de alguns milhares de dólares, arriscando-se em curvas certamente desaconselhadas pelas estatísticas... Vale a pena conferir.
Como um adicional, Forza Horizon ainda traz (mais ou menos) outra característica que tornou Top Gear Rally conhecido no final da década de 90. Trata-se dos atalhos. Embora nenhum deles aqui seja propriamente secreto, é óbvio que a versão final do game deve trazer diversos caminhos alternativos.
Bata à vontade... Não vai acontecer nada (infelizmente)
Ok, seria muita ingenuidade esperar que um jogo sumamente arcade trouxesse um sistema de danos realmente realista. O problema é que Forza Horizon passa perigosamente longe desse “ideal”.
Na verdade, você pode bater em altíssimas velocidades aqui sem ver qualquer tipo de alteração significativa em nenhum dos envolvidos — fazendo acreditar que, no fim das contas, aquele seu Mistubishi pode ser feito de borracha.
Aviso aos puristas
De qualquer forma, um recado aos puristas: Forza Horizon tem muito pouco em comum com Forza Motorsport. Quer dizer, os gráficos são igualmente belos, e há uma porção de máquinas possantes aqui. Mas, a despeito do que a desenvolvedora possa garantir, trata-se de um game, sobretudo, arcade. Não há como negar.
Mas, se você for capaz de deixar de lado as associações mais óbvias com a marca, é possível encontrar uma boa dose de diversão e adrenalina aqui — mesmo com algumas pequenas escorregadas. Agora é esperar pelo produto final.
Forza Horizon deve dar as caras no próximo dia 23 — exclusivamente para o Xbox 360.